domingo, 24 de abril de 2011

O surpreendente Paul Giamatti e as críticas de Wes Craven

Ao entrar na sala de cinema para ver o pouco anunciado filme “Minha Versão para o Amor” , esperava presenciar uma comédia bem boba, como todas as que até então tinha visto com Paul Giamatti. Me surpreendi. Com uma atuação digna de Óscar, o norte-americano desempenha o papel de Barney, um diretor de programas de comédia de baixo nível, em suas diversas fases de vida. Giamatti foi incrivelmente convincente: desde jovem até idoso, conseguiu mostrar ao espectador todo sentimento, toda angústia que a personagem principal sentia.


Difícil classificar um filme maravilhoso como este, bom como poucos que vi até hoje. O que começa com uma dose de comédia, nas atrapalhadas aventuras amorosas de Barney, se torna uma bonita história de romance para, por fim, terminar em um triste e comovente drama. Assim como é nossa vida: tem fases de extrema alegria e fases de decepções, desilusões.


Elogiar a maquiagem do filme, que concorreu ao Óscar, preterida pelo péssimo “O Lobisomem”, é fundamental. O casal principal é mostrado em suas mais diversas partes da vida, precisando, assim, de uma perfeição neste quesito. Tal perfeição foi alcançada, sempre favorecida pelas magníficas atuações. A grande lástima é que o filme só tenha concorrido ao maior prêmio do cinema nessa categoria. Na minha opinião, Paul Giamatti era o único que podia brigar igualmente com Colin Firth na disputa por melhor ator. Não concorreu devido aos evidentes interesses da Academia em favorecer atores de renome.


Finalizado o comentário sobre “Minha Versão para o Amor”, me sinto na obrigação de comentar também sobre “Pânico 4”, outro filme que vi neste feriado. Sim, é uma “besteira”, mas uma “besteira” divertidíssima e com críticas, ora cuidadosamente, ora descaradamente, encaixadas pelo diretor Wes Craven.


Além das críticas claramente feitas a “Jogos Mortais” e aos filmes “trash” do texano Robert Rodriguez, o filme inteiro se trata de uma enorme crítica. Os “nerds” do “Clube do Cinema” fazem críticas, durante boa parte do filme, às refilmagens, dizendo, direta ou indiretamente, que não superam os originais. Wes Craven queria, assim, criticar àqueles que refilmaram filmes originalmente dirigidos e escritos por ele. Tal crítica se torna evidente quando a personagem Kirby, fanática do gênero horror, é questionada sobre refilmagens e, em sua resposta, incluí alguns originais de Craven, como “A última casa” e “A hora do pesadelo”.


Apesar de se tratar de um filme bem “teen” e com fraco enredo, “Pânico 4” diverte devido ao uso de clichês na medida certa, às reviravoltas engraçadas e às críticas bem-feitas pelo ousado diretor. Supera os originais e é uma boa pedida na categoria “cinema-pipoca”.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rotina

Estou preso.
Impossível fugir.
Só penso em desistir.

Esta vida rotineira
eu vivo de qualquer maneira.

Sociedade regulamentada
Liberdade privada
Amizade ultrapassada.

Esta rotina
eu quero destruir.

O efeito do tempo
tornou indesejada
a vida outrora tão adorada.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dilema

Já fui feliz graças a você.
Já sorri graças a você.
Transformava tudo em perfeição
quando você curou minha solidão.

Ó, estranho ser,
que diz que me ama e me faz sofrer,
será que consigo te esquecer?

Saiu de minha vida
sem nenhuma explicação.
Atitude refletida
ou mera indecisão?

E agora, o que farei?
Moverei montanhas
ou apenas me renderei?