terça-feira, 29 de outubro de 2013

XXI

Lágrimas no teclado
Em outra geração,
diria o poeta,
lágrimas no papel.

Romântico fosse,
seu motivo seria
a impossibilidade do amor.
Moderno, ironizaria
o próprio eu sofredor.

Quem aqui escreve,
contudo, poeta não é,
mas apenas um jovem.

Um garoto desiludido
com o século vinte e um.
Que, com tantas fantasias,
chegou a lugar nenhum.

Cora(gem)

A válvula da vida
coberta de espinhos
Borboletas se aproximam
e são cruelmente esmagadas.

Morri há um ano
Vivi nenhum
Meu leito vazio
Médicos ausentes

Não houve cura
Escrevo de outro mundo
e agradeço ao meu criador
cria-dor