sábado, 25 de dezembro de 2010
Crianças
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Natal
Exposição de sentimentos
O leitor escreve: Sonhos
Você lembra de algum sonho da sua infância? Algum sonho seu se repetia muito e ainda se repete? Você tem com clareza todos os detalhes em sua mente? Quer que sua história vire pública e possamos debater a respeito dela? Mande um e-mail para luizbaez@globo.com contando seu sonho e diga se quer que seu nome seja ou não divulgado. Os melhores textos serão postados aqui no blog.
Eu, quando era pequeno, costumava ter alguns sonhos sempre: um que a minha bisavó morria (antes de ela morrer), um que meu já falecido avô virava um vampiro durante um jogo de cartas e corria até a janela do prédio para se suicidar, um que o meu padrinho me levava em um restaurante onde todas as garçonetes eram vampiras e posteriormente ele também se tornava um, e o último: eu estava em um teatro, quando ele é invadido por um gorila gigante.
Podem ser estranhos, mas marcaram minha infância. Quais sonhos marcaram a sua?
Já tive também sonhos prevendo o que iria acontecer e eu sabia no meu subconsciente e outros que retratavam algo que acontecera, mas de uma maneira diferente, que só um sonho pode mostrar. Alguns serviram só para aterrorizar, mas muitos trouxeram lições. Esses são os sonhos. Todos tem, poucos param para refletir sobre seus significados.
O eterno sonhador
“Esse é o filme pelo qual serei lembrado.” . Assim pensava Edward D. Wood Jr. durante a estreia de seu filme “Plano 9 do Espaço Sideral” em um cinema de Hollywood. Sim, ele acertou na previsão. Só não é lembrado até hoje do modo como gostaria. Eternizado pela película do diretor Tim Burton, de “Edwards, Mãos de Tesoura”, o considerado “pior diretor do mundo” será sempre lembrado por todos nós por suas obras trash como a já citada acima e “Glen ou Glenda” e “A noiva do monstro”. O eterno Conde Drácula, Bela Lugosi, também sempre agradecerá em seu túmulo ao então jovem diretor, que proporcionou a ele os últimos filmes de sua carreira.
Com ideias muito inusitadas para filmes, motivo de piada entre os produtores, Ed nunca desistiu de produzir suas obras. Conseguiu investimentos de açougueiros, igrejas, tudo do mais alternativo, mas continuou produzindo suas películas. Via talento na maioria das pessoas, não julgava pela aparência. Deu papeis ao lutador sueco Thor Johnson, que é eternizado até hoje como uma máscara de Hallowen e ao à época idoso Bela Lugosi, que todos consideravam acabado para o cinema, mesmo tempo contribuindo muito para o mesmo, com seu ápice em Conde Drácula. Aproveitava cenas e efeitos inutilizados por Hollywood, sempre conseguindo um espacinho para “encaixar” em seu filme, mesmo que fizesse com que o mesmo perdesse completamente o sentido.
Suas ideias estranhas fizeram com que ele separasse de sua namorada, que não concordava com algumas “loucuras” do marido, como por exemplo a mania de se vestir com trajes femininos para se sentir confortável. Porém, sua esposa posterior se manteve fiel até sua morte e nunca mais se casou. “Eddie” se considerava um gênio, tinha grande afeição por suas obras e, durante a filmagem e execução, repetia as falas para si mesmo, com um grande ar vitorioso, como quem conseguiu o sucesso.
Entre as idolatrias do “pior diretor do mundo”, estavam Orson Wells, diretor de “Cidadão Kane”, com quem teve uma breve conversa que o inspirou a terminar sempre suas obras, impondo seu pensamento, tomando o comando da direção, e a atriz finlandesa Vampira, que apresentava um programa de horror na TV e que aceitou trabalhar com o cineasta apenas uma vez, e sem falas.
Escritor, diretor e produtor, Ed Wood foi um grande sonhador, um exemplo de vida. Mesmo sob críticas, tentava sempre ver um lado positivo na vida e seguir o seu sonho em Hollywood. Gostava de todas suas obras e de todas as filmagens. A perfeição vinha sempre à primeira cena gravada com ele. As gravações de seus filmes não demoravam mais que cinco dias. Infelizmente, se deixou desiludir com o fracasso, recorreu às drogas e ao álcool e começou a produzir filmes pornográficos. Porém, sempre lembraremos dele como “o pior diretor do mundo”.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Fim do mundo
Dia das crianças de um ano qualquer. Meus pais estavam dando uma atenção muito grande a esse dia, o que não era comum. Começava a achar isso tudo muito estranho. Não sabia o motivo de tanto carinho e preocupação, até que ouvi no rádio que o mundo estava acabando. Isso mesmo. As oito horas da noite daquele dia tudo que conhecemos deixaria de existir, devido à explosão de uma bomba nuclear.
Meus pais aguardavam na sala. Quando estava perto do horário, fui até eles. Não sei por quê, mas estávamos na casa de minha avó. Cheguei até lá um pouco antes da hora esperada para o fim de tudo. Quando o relógio marcou oito horas, uma claridão imensa tomou a sala e minha mãe, ingenuamente, recusando-se a acreditar, indagou:
- O que é isso? Deve ser algum poste de luz.
Não, não era. A tal bomba explodira e começávamos a sentir nossa pele pegando fogo, sensação desesperadora. Tentei correr, mas não adiantava. Éramos atingidos em qualquer lugar. Tentando subir a escada, vomitei, e muito. A sensação da morte não parecia boa para aquele que não aproveitou a vida como devia, mesmo que em apenas 15 anos, o que levou minha mãe a comentar, mesmo que entre muitas lágrimas:
- Isso é injusto. Meu filho tem só 15 anos, e tudo acaba!
Depois de algum tempo, a claridão acalma e estamos todos vivos. A tal bomba não matara ninguém. Ironicamente, a primeira coisa que faço é pegar meu celular, conectar o twitter e comunicar a todos “sobrevivi”.
Nota: O sonho leva cada um de nós a pensar no valor da vida. O que você faria se soubesse quando tudo iria acabar? Teria aproveitado o bastante? Podem responder para si mesmos ou, se quiserem, pelos comentários.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Superação
Laranja Mecânica
Há algum tempo, minha família tratava o filme como uma obra proibida, repleta de violência e censuradíssima para uma criança de, à época, 12 anos. Tal restrição só atraiu um maior interesse de minha parte. Aluguei em DVD e fui proibido de ver após minha mãe ler a censura “PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS”. Ela viu antes de mim e confirmou a coerência na proibição. Não pude assistir.
Alguns anos depois, vejo que está passando no canal “Telecine Cult” e resolvo ver sem que meus pais saibam. Meu interesse foi gigante: o personagem Alex, mesmo com toda sua maldade e ultraviolência, consegue trazer um pouquinho de semelhança com cada um de nós e não conseguimos desgostar dele. Tal identificação é favorecida pela excelente atuação de Malcolm McDowell, comandada pelo rigoroso diretor Stanley Kubrick. Tudo no filme me atraia: desde a maldade de Alex, até o glossário nadsat e a lição que o filme traz. Tal lição incompreendida pela maioria do público, principalmente por parte daqueles que não leram o livro, o qual, após ver o filme centenas de vezes, resolvi ler e só serviu para aumentar minha paixão pela obra.
"... A tentativa de impor ao homem, uma criatura evoluída e capaz de atitudes doces, que escorra suculento pelos lábios barbados de Deus no fim, afirmo que a tentativa de impor leis e condições que são apropriadas a uma criação mecânica, contra isto eu levanto minha caneta-espada..."
A frase acima, contida no livro, quando Alex invade a casa do escritor e lê uma obra, “Laranja Mecânica”, que trata da manipulação do estado sobre os jovens, ajuda muito na compreensão da lição que a obra pretende passar. Não há outro método de mudarmos, se não por nossa própria vontade. Quando o personagem principal é submetido à técnica Ludovico para ser transformado em uma pessoa boa, a mudança é apenas temporária e, quando desfeita, ele volta a ser a mesma pessoa de sempre, praticando sua maldade e ultraviolência pelas ruas da cidade, desta vez com novos “druguis”, já que os antigos amadureceram antes dele. Quando Alex vê um de seus antigos companheiros de assaltos e estupros noivo, vivendo uma vida normal e feliz, ele percebe que chegou a hora de amadurecer. Cansa-se das “brincadeiras” e quer ter para ele também uma vida “normal”, longe das confusões de outrora.
Apesar de o assunto do comportamento humano, abordado com bastante intensidade durante o período em que Alex está submetido à técnica Ludovico, ser o principal assunto do livro, a obra também pretende mostrar a desonestidade da polícia, presente não só no contexto do livro, mas também em vários lugares do mundo até hoje. Os antigos malfeitores passam a “defender o Estado” durante a obra, e usam e abusam da violência, não só para cumprir seus papeis, mas também para se proporcionarem um pouco de diversão à custa dos outros.
Kubrick passou o livro às telonas com maestria, driblando a censura mudando a idade de alguns personagens. Só pecou ao tentar adotar um final sem esperanças, ao contrário da obra literária.
Texto de uma amiga anônima
"Hoje me peguei pensando na nossa relação. Sei que não sinto saudades suas, dos seus braços rodeando a minha cintura, nem do calor dos seus beijos, mas fico preocupada por não ter encontrado isso em mais ninguém. Tenho saudade do amor que florescia dentro de mim quando escutava teu nome, tenho saudade da dor que sentia ao te ver ir embora, das lágrimas de ódio-amor que meus olhos derramaram quando o encanto acabou. Quero sentir isso de novo.
Desde que acabou eu procuro explicações racionais pro que aconteceu, achei muitas. Só não consegui (e acho que nunca conseguirei) entender o porquê de eu amar tanto você. Acho que se me perguntasse isso há 3 anos atrás eu teria achado a resposta.
Foi difícil te esquecer mas eu o fiz, e em busca de um outro e novo amor eu sigo a minha estrada nos altos de baixos da vida, sem medo do que o destino vai me reservar."
Alegria
Depressão
A garganta seca. As lágrimas escorrendo. Uma angústia profunda que se mistura a um sentimento de inconformismo e decepção. Tudo isso tem motivo? Muitas vezes sim. Na adolescência, é comum não o ter. Às vezes, os motivos permanecem ocultos por um tempo e se manifestam através de pequenas decepções, que só serviram de acúmulo, o que faz parecer a reação da pessoa desproporcional. Outras vezes, somos desproporcionais mesmo. Ou melhor, desproporcionais não, somos proporcionais, mas não à expectativa dos outros, mas ao nosso sentimento. Algo banal no consenso pode não o ser para nós. Podemos dar uma importância grande demais a coisas que não a merecem, ou merecem, porque internamente nos fazem bem. Não criemos expectativas, porque agora ou posteriormente resultarão em uma decepção. Nenhuma pessoa é perfeita nem imutável. Elas sempre nos decepcionarão, mesmo que involuntariamente. Devemos sempre superar tudo isso e viver nossa vida. Lamentar não adianta. Não podemos mudar os fatos, nem descobrir a verdade, quando não a presenciamos. Somos obrigados a acreditar na perspectiva criada por aqueles que a presenciaram. Muitas vezes, ela está errada e morremos sem saber. Outras vezes, sabemos da verdade e nos recusamos a acreditar, ou ficamos eternamente em dúvida. Tudo isso faz parte da vida. A tão complicada vida, onde tudo tem suas vertentes no nosso imaginário, confuso e embaçado.
Curtinho
Inevitável
Pertubador
É isso que chamamos de amor.
Quando nos apaixonamos,
demoramos a perceber
que todos pensamentos
se resumem a você.
Um túnel no fim da luz
Tudo que está ruim pode piorar.
O que está dando certo nem para sempre vai durar.
Por que sempre temos que nos decepcionar?
Sempre há um momento que nada pode nos alegrar.
Angústia, solidão, tristeza, depressão.
Chorar pode parecer a única solução.
Mas de nada vai adiantar.
O que se perdeu não se pode recuperar.
Todos nós iremos para o mesmo lugar.
Por essa e por outras, a vida devemos aproveitar.
Felicidade, alegria, sorrisos.
Bom-humor devemos compartilhar.
Pode haver uma luz no fim do túnel
e um túnel no fim da luz também.
Não liguemos para isso,
aproveitemos a vida como ninguém.
Minha oração
Meu Deus,
salve o mundo da pobreza,
da tristeza e da dor.
Ajude os de bom coração,
ajude até os nossos inimigos.
Ajude nossas famílias,
nossas escolas
e nossos corações.
Ajude-nos,
a sermos pessoas melhores,
Amém.
Informática
Terça-feira, 28/09/10
Não consigo dormir. Em minha vida toda, o sentimento de culpa pessoal sempre foi enorme quando não obtia o resultado esperado. Infelizmente, ontem foi mais um caso. Me esforcei muito. Perdi 4 domingos e várias horas de sono, porém não foi o suficiente. Sobrecarregado, fracassei. Colegas não souberam ou não quiseram ajudar e professores pouco instruíram. Não mereço reconhecimento por meu esforço, pois o mesmo não foi suficiente. Tentei transformar um "bando" em um grupo unido. Não consegui. Não sou um líder digno de aplausos. Não sou exemplo. Meu ego está extremamente ferido. Mesmo sabendo que me sacrifiquei, minha mente cisma em achar que podia mais. Sempre fui muito movido a elogios. Palavras de apoio só melhoravam meu desempenho. Agora, não me sinto digno de tais, nem eles me fazem bem. Não consigo mais ter a mesma visão de mim mesmo nem dos meus colegas. O desgaste é evidente. Queria ter uma segunda chance de provar que sou capaz. Só isso me salvaria da angústia e profunda depressão. Declínio evidente. O Luiz que era, mesmo que só em pensamentos, "excelente", agora passa longe até de "bom". Desculpas não adiantam. É imperdoável e a nota estará impressa no boletim de todos. Mesmo assim, as peço e espero que aceitem para que possa manter a relação de convívio diário com vocês.
Nota do autor: A turma tirou 9 neste trabalho, uma das melhores notas da série. Mesmo assim, as críticas resultaram em várias noites mal-dormidas.