quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Fim do mundo

Dia das crianças de um ano qualquer. Meus pais estavam dando uma atenção muito grande a esse dia, o que não era comum. Começava a achar isso tudo muito estranho. Não sabia o motivo de tanto carinho e preocupação, até que ouvi no rádio que o mundo estava acabando. Isso mesmo. As oito horas da noite daquele dia tudo que conhecemos deixaria de existir, devido à explosão de uma bomba nuclear.


Meus pais aguardavam na sala. Quando estava perto do horário, fui até eles. Não sei por quê, mas estávamos na casa de minha avó. Cheguei até lá um pouco antes da hora esperada para o fim de tudo. Quando o relógio marcou oito horas, uma claridão imensa tomou a sala e minha mãe, ingenuamente, recusando-se a acreditar, indagou:


- O que é isso? Deve ser algum poste de luz.


Não, não era. A tal bomba explodira e começávamos a sentir nossa pele pegando fogo, sensação desesperadora. Tentei correr, mas não adiantava. Éramos atingidos em qualquer lugar. Tentando subir a escada, vomitei, e muito. A sensação da morte não parecia boa para aquele que não aproveitou a vida como devia, mesmo que em apenas 15 anos, o que levou minha mãe a comentar, mesmo que entre muitas lágrimas:


- Isso é injusto. Meu filho tem só 15 anos, e tudo acaba!


Depois de algum tempo, a claridão acalma e estamos todos vivos. A tal bomba não matara ninguém. Ironicamente, a primeira coisa que faço é pegar meu celular, conectar o twitter e comunicar a todos “sobrevivi”.


Nota: O sonho leva cada um de nós a pensar no valor da vida. O que você faria se soubesse quando tudo iria acabar? Teria aproveitado o bastante? Podem responder para si mesmos ou, se quiserem, pelos comentários.

Um comentário:

  1. esse texto ficou muito bom. não canso de dizer que amei o blog!
    os textos estão ótimos e você tá de parabéns luiz.

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